sexta-feira, 30 de abril de 2010

Gosto destes "zuns-zuns"

Pode ler-se Jornal de Negócios On-line
" O momento económico que Portugal está atravessar poderá levar o Governo a abrandar o ritmo das obras públicas e até mesmo a alterar alguns projectos, como tornar a terceira travessia do Tejo (TTT) transitável apenas para comboios. É esta a estratégia, apesar de tal não ter sido referido ontem pelo ministro António Mendonça. "

Vamos continuar a insistir - investimentos, só os úteis, por favor. A componente rodoviária da TTT não o é!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A esperança é agora maior!

O Governo anunciou hoje:
"A terceira travessia do Tejo em Lisboa, que inclui linhas ferroviárias de alta velocidade e de velocidade normal e rodovia, será decidida depois da avaliação do relatório sobre o projecto, recentemente completado."
Esperemos que o Governo se lembre que 500 milhões de euros, o custo da componente rodoviária, é muito dinheiro! Esperemos...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Défice, PEC, etc, etc...Estou cansado!

Vinha a ouvir na rádio a última sobre as agências de rating, mais as medidas do PEC, etc, etc...confesso que já não tenho paciência para estas notícias e muito menos para a maneira como são dadas...o ataque dos mercados...Enfim!
Estou pior que o Guterres, porque não sei quanto é o PIB português, mas fica aqui a promessa - vou saber e vou dividir os 500 milhões (pelo menos!) que se podiam poupar não fazendo a componente rodoviária pelo PIB e ver quanto dá. Será certamente pouco, mas grão a grão...

domingo, 25 de abril de 2010

Ponte Vasco da Gama – um exemplo a estudar

A Ponte Vasco da Gama é em exemplo a estudar quando se pretende saber o efeito de uma nova travessia rodoviária, uma nova via radial a Lisboa. É certo que há muitos outros factores que mudaram de 1998 para a actualidade, mas vale na mesma a pena analisar o que aconteceu com a Ponte Vasco da Gama.
Vamos então começar por um gráfico. Será que a Ponte Vasco da Gama desviou tráfego da Ponte 25 de Abril? Será que a Ponte 25 de Abril ficou com menos tráfego?


Fonte: RAVE, Steer Davies Gleeve, VTM consultores in Relatório da Comissão Independente Para a Componente rodoviária da Terceira Travessia do Tejo no Corredor Chelas/Barreiro, Outubro 2007


E será que as pessoas têm optado mais pelo transporte individual ou pelo transporte colectivo? É importante lembrar que em 1998 foi inaugurada a via-férrea na Ponte 25 de Abril.
O gráfico seguinte representa a distribuição de transporte individual e transporte colectivo das travessias do Tejo em Lisboa.




Fonte: RAVE, Steer Davies Gleeve, VTM consultores in Relatório da Comissão Independente Para a Componente rodoviária da Terceira Travessia do Tejo no Corredor Chelas/Barreiro, Outubro 2007

Parece-me que as conclusões são relativamente óbvias, mas o melhor é ouvirmos o que diz a Comissão Independente para a Componente Rodoviária da Terceira Travessia do Tejo no Corredor Chelas-Barreiro: (o destaque a carregado é meu)
“- Um contraste significativo entre o transporte individual e o colectivo, diminuindo progressivamente a expressão deste último (por razões certamente diversificadas, que todavia deverão incluir insuficiências reveladas ou percepcionadas em termos de eficácia e de eficiência relativas);
- A significativa relevância do tráfego rodoviário combina-se com uma aparente ausência de efeitos da Ponte Vasco da Gama nos fluxos que utilizam a Ponte 25 de Abril, assinalando-se todavia que em ambas as situações os volumes de tráfego estão razoavelmente estáveis a partir de 2002 (a referida estabilidade, que acompanha a evolução nacional do tráfego rodoviário, será certamente mais influenciada pelo poder de compra e pelo preço dos combustíveis do que por factores metropolitanos ou locais).”


No Relatório de Estado do Ambiente de 2001 (pag. 16), uma fonte distinta da acima referida, pode ler-se: “A implantação de infra-estruturas (como a Ponte Vasco da Gama) teve como efeito intensificar o aumento da população nos concelhos directamente servidos com novas acessibilidades. (...) também a Área Metropolitana de Lisboa continuou a crescer em extensão, consumindo novos territórios rústicos ao mesmo tempo que continuou o processo de desertificação dos centros históricos, contrariando os princípios inerentes e desejáveis a um adequado ordenamento do território e ao desenvolvimento sustentável” (IA, 2002).


Vejamos ainda um outro facto revelado no Relatório do Observatório da Nova Travessia do Tejo em Lisboa - em 1998, Alcochete dispunha de uma área edificável semelhante à área edificada (ONTT, 2001). Aliás, basta atravessar a ponte para ver as novas e extensas urbanizações que entretanto foram crescendo…


Para mim as conclusões são relativamente imediatas: se queremos melhorar as condições de mobilidade nas travessias do Tejo em Lisboa, ou melhor dizendo, melhorar as condições de mobilidade (e qualidade de vida, claro!) das pessoas que diariamente têm de atravessar o Tejo, a solução passa por investir nos transportes colectivos, criando redes eficazes de transportes nas duas margens. É preciso que o transporte colectivo seja acarinhado e sejam criadas restrições ao transporte individual (ex. estacionamento tarifado, zonas de emissões reduzidas, etc.). Isto tudo a par, claro está, com um correcto ordenamento do território.


Parece-lhe que gastar 700 milhões de euros no tabuleiro rodoviário da nova travessia é uma opção inteligente? Não era melhor investir no Metro Sul do Tejo e no Metropolitano de Lisboa? Os 700 milhões de euros dão para significativos investimentos nestas duas infra-estruturas, podendo permitir um aumento de 25% na primeira ou um aumento de 200% na segunda! Mas, muitas outras opções existem, para fomentar o transporte colectivo, a opção certa, digo eu!



sexta-feira, 23 de abril de 2010

EIA – porque não se consegue procurar no PDF?

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da terceira travessia que esteve à consulta pública era composto pelo Resumo Não Técnico, Relatório Síntese e um conjunto alargado de anexos e peças desenhadas. Só o Relatório Síntese era composto por quatro partes, num total de 1807 página!

Transparência? Pelo menos, quando chegou a tarefa de analisar este estudo, tínhamos matéria de sobra para ler! Perante tal tarefa, havia que fazer uso das ferramentas informáticas, ou seja, algumas das peças teriam de ser lidas mais na diagonal, sendo a ferramenta de pesquisa no PDF uma ajuda preciosa. Pensava eu…

Depois de muitas tentativas, concluí – não era possível a pesquisa no PDF! Porquê? Eu cá prefiro pensar que foi por azar, ou por azelhice…

sábado, 17 de abril de 2010

Que sensação me deixou o Relatório da Comissão Independente para a Componente Rodoviária da TTT no Corredor Chelas/Barreiro

Li com imenso interesse o relatório que acima refiro. Contrariamente ao que é habitual nos estudos técnicos, é um documento sintético (excluindo anexos). É também, ou por isso, fácil de ler, adaptando-se à doença de que todos sofremos – pouco tempo!

No final da leitura, e após ler também os anexos, fiquei com uma grande dúvida – como foi possível chegarem à conclusão que “(…) é viável associar a componente rodoviária à nova travessia ferroviária (…)” [1]? É que lendo os anexos, e os pareceres de vários dos membros da Comissão, não parece possível que a conclusão seja essa.

Mas…esta conclusão parece-me um sim, mas! Ora vamos continuar a ler o que diz o relatório:
“A Comissão considera que (…) a introdução do modo rodoviário na Terceira Travessia do Tejo é justificável, tendo em atenção as seguintes restrições fundamentais: (i) optimização da correspondente solução estrutural, sobretudo no sentido de minimizar os impactos negativos da natureza ambiental, relativos ao ruído, à paisagem, à qualidade do ar e ao espaço urbano e património edificado; (ii)conclusão das vias circulares entre as várias travessias do Tejo; (iii) prossecução do modelo territorial estabelecido no PROT AML e (iv) imposições de restrições à mobilidade rodoviária na TTT.”

Serão estas “restrições fundamentais” realizáveis? Em especial relativamente às duas últimas, tenho imensas dúvidas. Por exemplo, alguém imagina que as portagens vão ser suficientemente elevadas para limitar o uso rodoviário? Já se esqueceram da guerra das portagens na Ponte 25 de Abril?

Isto a mim só me faz lembrar os tempos (felizmente) idos da nossa Selecção de futebol. Ainda era possível irmos ao mundial? Possível era, mas tínhamos de ganhar todos os jogos, a Inglaterra tinha de perder 3 a 0 contra Malta, a França tinha de perder 2 a 0 contra a República Dominicana, etc, etc…o resultado, salvo um ou outro milagre, era quase sempre o mesmo…ficávamos em casa!

[1] - Relatório da Comissão Independente para a Componente Rodoviária da Terceira Travessia do Tejo em Lisboa no Corredor Chelas/Barreiro, pág. 59.

sábado, 10 de abril de 2010

Onde podia ser gasto o dinheiro do tabuleiro rodoviário?

Tenho a sensação que a maioria das pessoas pensa que faz pouco sentido fazer uma ponte ferroviária e não aproveitar para incluir um tabuleiro rodoviário. Até me parece que estou a ouvir alguém dizer – lá estão os portugueses a ter vistas curtas, em vez de pensarem no futuro e incluir um tabuleiro rodoviário.

Tenho também a sensação que algo de semelhante se passou com a Barragem de Alqueva…que sentido fazia ter a barragem feita e só encher até à cota 139? Quando chovesse, como aconteceu este ano, estaríamos a perder água! Para este caso já começamos a ter respostas…a albufeira está cheia e que uso está a ter toda aquela água?
Para a terceira travessia, para além da pergunta “para quê o tabuleiro rodoviário”, é muito importante perguntar “e por quanto? quanto custa? o que se podia fazer com esse dinheiro para melhorar a mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa”

O GEOTA fez umas contas e concluiu que com o sobrecusto do tabuleiro rodoviário seria possível, por ex:
- Ampliar a rede do Metropolitano de Lisboa até 10 km (um aumento de 25% relativamente à rede hoje em exploração!);
- Ou ampliar a rede do Metro Sul do Tejo até 25 km (um aumento de 200%).
Será que uma combinação destas duas soluções, ou de outras que promovam o transporte colectivo, não seria uma maneira muito mais adequada para melhorar a mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa e a qualidade de vida dos seus habitantes? O exemplo da Ponte Vasco da Gama não ajuda a tirar conclusões?
A resposta é para mim tão óbvia que tenho dificuldades em compreender como é que há quem não a veja.
Consulte a nota de imprensa do GEOTA aqui.

A primeira mensagem - como nasceu o blog?

Este blog nasceu numa reunião em que discutimos o futuro da associação. Que rumo tomar? Que ferramentas utilizar? Que problemas enfrentamos?
Todos os presentes na reunião, que decorreu ali para os lados da Penha de França, tinham identificado um dos principais problema com que o GEOTA (será só o GEOTA?) se debate - falta de gente ou, melhor dizendo, falta de voluntários. Não estamos a conseguir, como se conseguia no passado, ter gente a trabalhar sobre temas relacionados com ambiente. Falta-nos gente nova, sentimos que as pessoas não participam como participavam no passado.
Nisto, a F. relembrou uma conversa que já temos vindo a ter. Hoje a opinião já se faz na blogoesfera e afins! Temos de aproveitar melhor este novo (será que ainda é novo?) espaço, bem como as redes sociais. As nossas tradicionais notas de imprensa estão antiquadas, está visto!
Um tema que me anda a incomodar há algum tempo é a terceira travessia do Tejo em Lisboa, em especial a componente rodoviária. Para quê? Não há onde gastar melhor o dinheiro? Já não viram todos o que vai acontecer? O exemplo da Ponte Vasco da Gama não é suficiente?
E assim nasceu o TTTpraQ! Resolvemos juntar a tal nova estratégia a este tema.
O nome? É simples...a grande pergunta é mesmo, "para quê"? Uma pergunta que se deveria fazer muito mais vezes, sobre muito mais coisas! Ora, utilizando um estilo "mais moderno" e a sigla (Terceira Travessia do Tejo em Lisboa), rapidamente se chegou ao "TTTpraQ"
Esperemos que a discussão seja viva! Esse é o principal papel de uma ONGA - dinamizar a discussão, a participação.