terça-feira, 11 de outubro de 2011

Onde estará o Plano Estratégico dos Transportes?

Como disse, estava muito curioso com o Plano Estratégico dos Transportes. Penso que não estava só.

Estou farto de procurar na internet e não encontro plano nenhum. Só encontro notícias da comunicação social. Se alguém tem o referido plano, faça o favor de divulgar.

Assim, a informação que tenho é a que saiu na comunicação social e as palavras do Ministro da Economia na Assembleia da República (somente as que a televisão transmitiu).

Infelizmente o que ouvi pouco ou nada tinha de estratégico. Pareceu-me, tal como referi a propósito do aumento do preço dos bilhetes, que a única preocupação é a viabilidade económica das empresas, sendo referidas com muita frequência as fusões entre empresa. O Senhor Ministro (nas tais palavras que passaram na TV) dedicou-se a citar algumas regalias que supostamente os funcionários de algumas empresas teriam.

Por favor, os problemas dos transportes são outros, e muito mais graves!

A viabilidade das empresas tem de ser vista como um dos problemas a resolver, mas está longe de ser o único ou até mesmo o principal.

Resta-me aguardar que o Plano apareça e afinal tenha lá alguma coisa realmente estratégica (e para isso não é preciso ter grandes enquadramentos nem 2000 páginas!).

Lembro-me de José Mário Branco:

"Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Porquê, não sei ainda"


Adenda:

Há pouco vinha a ouvir António Bagão Felix na Antena 1 a dizer que se era criticado por fazer e por não fazer e que nos transportes é preciso fazer! Fiquei a pensar no assunto e quero deixar claro que não estou contra somente por estar contra, nem estou, aliás, contra nada. Estou, isso sim, a favor da mudança e inquieto por ainda não a ver. Claro que nos transportes é preciso fazer coisas, muitas coisas. Só quero é que se pense antes de fazer, e para pensar não é preciso perder muito tempo. Já agora, é bom que o Governo (seja ele qual for) deixe claro quais são os objectivos a atingir, até para que depois seja possível o necessário acompanhamento. Já agora, a hiperligação para um trabalho do GEOTA onde tive o prazer de trabalhar sobre o tema.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Estou muito curioso!

Notícia da Renascença.

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O ministro da Economia e Transportes, Álvaro Santos Pereira, deverá anunciar hoje que a nova linha ferroviária de alta prestação em bitola europeia terá entrada em Lisboa pela Ponte 25 de Abril, apurou a Renascença.

O Governo deixa cair a ideia da terceira travessia do Tejo, projectada pelo Executivo de José Sócrates para trazer a alta velocidade até à capital.

Pedro Passos Coelho já tinha dito que prefere uma boa velocidade e, ao que a Renascença apurou, o plano estratégico de transportes traduz essa opção: uma linha de alta prestação em bitola europeia e com entrada em Lisboa pela velha Ponte 25 de Abril.

O Governo prepara ainda uma reestruturação nas empresas públicas de transportes para tentar “estancar”, segundo fonte da coligação, um buraco de quase 17 mil milhões de euros.

As mudanças previstas incluem ainda a fusão da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) com a Metro do Porto, da Carris com o Metropolitano de Lisboa e da Soflusa com a Transtejo.

Os anúncios serão feitos hoje pelo ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, que vai apresentar o Plano Estratégico de Transportes.

Entrevistado pela Renascença, o professor Álvaro Domingues, especialista em mobilidade e transportes, considera que “tem de haver outra explicação” para o investimento previsto para o transporte ferroviário de mercadorias.

Álvaro Domingues começa por dizer que o porto de águas profundas de Sines tem um grande potencial “e estando bem conectado ao resto da Europa por caminho-de-ferro, pode oferecer condições muito muito interessantes para um investidor estrangeiro”.

“A decisão das mercadorias por Sines ao mesmo tempo da [ligação] Vilar Formoso a Aveiro parece ser uma redundância que deixa antever alguma novidade nessa matéria, porque não são os fluxos de mercadorias com destino e origem estritamente no mercado português que justificam esses investimentos”, sublinha o especialista.
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