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Os utilizadores dos transportes públicos
portugueses vão, cada vez mais, ter de esperar mais tempo na paragem, andar
mais para lá chegar, efectuar mais transbordos e ainda pagar tarifas mais
caras. Este é o preço a pagar pela sustentabilidade operacional das empresas do
sector, defendem os operadores públicos e o Governo.
Com o objectivo de equilibrar as contas das
empresas públicas de transporte, o Executivo aprovou um documento orientador,
não revelado oficialmente, no final do ano passado, que exige às companhias, a
eliminação de viagens e reduções nas frequências (ver infografia). A estas
medidas somam-se aumentos médios nos preços de 15%, em Agosto, e de 5% em
Fevereiro.
Apesar de tudo, os utilizadores podem respirar
de alívio. Vários dos cortes que chegaram a ser anunciados na imprensa, não
vão, afinal, avançar, segundo as informações prestadas pelas empresas ao SOL.
Medidas como o encerramento do Metro de Lisboa às 23 horas ou o fim do serviço
nocturno da Carris foram abandonadas.
Mas uma maior «racionalização da oferta» não
está colocada de parte nos próximos meses, segundo as empresas contactadas.
Lisboetas mais afectados
As reformas afectam os cidadãos de Norte a
Sul, mas os mais prejudicados serão os de Lisboa, devido às alterações do Metro
de Lisboa, da Transtejo e da Carris.
A operadora de autocarros e eléctricos da
capital, a mais utilizada no país, vai extinguir quatro carreiras (10, 203, 777
e 790) e alterar o traçado e os horários de mais 23, no dia 3 de Março. Quem
utiliza os serviços da Carris, à noite e aos fins-de-semana, vai também sentir
a diferença, pois a empresa dirigida por Silva Rodrigues irá acabar com o
serviço de cinco carreiras nocturnas e reduzir fortemente a operação fora dos
dias úteis.
Já o Metro de Lisboa vai 'encolher'. À noite e
aos fins-de-semana os comboios serão compostos por apenas três carruagens,
mantendo-se as seis durante o horário diurno nos dias úteis.
Apesar de mais pequenos, os comboios vão
demorar mais tempo a chegar. Se as frequências durante os períodos de ponta se
mantêm estáveis, já durante o resto do dia os utentes terão de esperar com mais
paciência. Especialmente, à noite: o tempo médio de espera aumentará de um
minuto e 30 segundos para 10m15. Na linha verde, a mais afectada, a espera
passará de 9m30 para 11m40.
Na Transtejo já entrou em vigor um corte
radical na oferta: são menos 139 frequências semanais, com os trajectos de
fim-de-semana a serem os mais afectados. As ligações Cais do Sodré – Cacilhas
acabam 50 minutos mais cedo, à 1h40, e Terreiro do Paço – Barreiro terminam 30
minutos antes, às 2 horas. Os barcos também vão encolher e serão mais lentos
nas viagens que realizam. Em comunicado, o presidente da empresa «lamenta o
transtorno causado aos passageiros».
CP altera Lisboa, mas com Porto à espera
A região de Lisboa também foi a mais afectada
pelo corte da oferta da CP – Comboios de Portugal, pois as principais alterações
até agora efectuadas nas linhas suburbanas foram realizadas na Grande Lisboa.
Para já, a região do Porto escapa a alterações profundas, mas não estão
descartados ajustes na oferta das linhas com menor procura.
A STCP já suprimiu quatro linhas, em 2011, e
começou esta semana a efectuar as revisões dos horários dos seus autocarros. A
empresa está «a preparar a implementação de medidas de racionalização da
oferta» e «manterá as habituais revisões de percursos».
Livre destas alterações está o Metro do Porto,
pois a operação está concessionada à Via Porto. Mudar o contrato custaria mais
do que a poupança gerada, devido a indemnizações a serem pagas ao consórcio
liderado pela Barraqueiro. Apenas em 2014 se farão as reformas
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