quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

PROTAML - coloquei a pergunta...

Ontem, dia 11 de Janeiro, estive presente na sessão pública para discussão do Plano Regional do Ordenamento do Território da AML (PROTAML), que decorreu no S. Luiz, em Lisboa.


Pois quando chegou a parte do debate, resolvi colocar a pergunta que aqui tinha deixado em anterior post. Se o PROTAML tem como aposta forte o transporte público, nomeadamente na selecção do investimento público, como se compatibiliza essa aposta com a decisão do Governo em colocar um tabuleiro rodoviário na terceira travessia, gastando pelo menos 500 milhões de euros, ou seja, tudo menos um “já agora”?


A resposta que tive foi dada pelo Eng. Faustino Gomes, um dos responsáveis pela mobilidade no estudo e proposta de PROTAML. No essencial, a resposta foi:
- Não separou nem explicou para a audiência as várias valências da TTT. Quem não esteja dentro do tema, pode até ter ficado baralhado (em minha opinião, claro!).
- Disse que a gestão de tráfego poderia ser feita com portagens com restrições ao estacionamento em Lisboa.
- Falou em reserva de capacidade, para futuro.
Já não tive oportunidade de voltar a perguntar, mas apeteceu-me perguntar o seguinte: então vamos gastar 500 milhões de euros para depois ainda ter de gastar mais a impedir que os carros entrem em Lisboa? Alguém acredita que, com pressão política, seja possível manter portagens realmente desincentivadoras para o automóvel? Reserva de capacidade para futuro por 500 milhões de euros? Eu cá acho caro! Era como se fosse agora investir num Ferrari, não vão eles um dia esgotar-se!

2 comentários:

  1. 500 milhões é caro? E se um dia se confirmar que é necessário o tabuleiro, quanto custa incluí-lo na ponte?

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  2. No contexto actual, em que todos os dias se discute se há ou não há ajuda externa a Portugal, este despesismo parece-me um absurdo. É evidente que o caminho será o mercado de aluguer, trazer pessoas para o centro e desencentivar ao máximo movimentos pendulares feitos de carro, que nos retiram qualidade de vida e aumentam as emissões de CO2. Sim, porque também temos de pagar o incumprimento de Quioto, com ou sem FMI. Uma nova ponte rodoviária é um "já agora" incompreensível quando nos mandar a todos poupar!
    Ana R.

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